A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado Federal aprovou nesta quinta-feira, 29 de setembro, a participação brasileira no Acordo-Quadro sobre a Aliança Solar Internacional (ASI), que consta no Projeto de Decreto Legislativo (PDL) n° 271/2021. A iniciativa tem como objetivo aprimorar a promoção, divulgação e incentivo a energia solar como fonte estratégica na geração de energia elétrica em 121 países, localizados entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio. O PDL segue agora para votação no Plenário da casa.
O texto prevê diversas iniciativas conjuntas dos membros do ASI, como redução de custos com financiamento da tecnologia solar; investimentos na ordem de US$ 1 trilhão para implementação da fonte nos países até 2030; cooperação de relações mutualmente benéficas com entidades públicas e privadas; compartilhamento e atualização de informações relevantes; e incentivos aos novos projetos voltados a energia solar para países em desenvolvimento.
O programa foi anunciado pelos governos da Índia e da França em 2015, na Conferência do Clima em Paris. O pedido do Brasil para a entrada na Aliança Solar Internacional foi encaminhado pela presidência da República ao Congresso Nacional no dia 26 de fevereiro de 2018, em regime de prioridade.
Segundo o Senador Carlos Portinho (PL-RJ), relator do texto na comissão do Senado, a geração fotovoltaica distribuída no Brasil foi a quarta em crescimento no mundo em 2021, atrás apenas dos Estados Unidos, da China e da Índia. Ele citou ainda que a energia solar deve ser responsável por 17% da matriz energética brasileira até 2031, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia. Segundo o relator, o acordo é importante para os interesses nacionais e também para o contribuinte consumidor de energia.
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado Federal aprovou nesta quinta-feira, 29 de setembro, a participação brasileira no Acordo-Quadro sobre a Aliança Solar Internacional (ASI), que consta no Projeto de Decreto Legislativo (PDL) n° 271/2021. A iniciativa tem como objetivo aprimorar a promoção, divulgação e incentivo a energia solar como fonte estratégica na geração de energia elétrica em 121 países, localizados entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio. O PDL segue agora para votação no Plenário da casa.
O texto prevê diversas iniciativas conjuntas dos membros do ASI, como redução de custos com financiamento da tecnologia solar; investimentos na ordem de US$ 1 trilhão para implementação da fonte nos países até 2030; cooperação de relações mutualmente benéficas com entidades públicas e privadas; compartilhamento e atualização de informações relevantes; e incentivos aos novos projetos voltados a energia solar para países em desenvolvimento.
O programa foi anunciado pelos governos da Índia e da França em 2015, na Conferência do Clima em Paris. O pedido do Brasil para a entrada na Aliança Solar Internacional foi encaminhado pela presidência da República ao Congresso Nacional no dia 26 de fevereiro de 2018, em regime de prioridade.
Segundo o Senador Carlos Portinho (PL-RJ), relator do texto na comissão do Senado, a geração fotovoltaica distribuída no Brasil foi a quarta em crescimento no mundo em 2021, atrás apenas dos Estados Unidos, da China e da Índia. Ele citou ainda que a energia solar deve ser responsável por 17% da matriz energética brasileira até 2031, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia. Segundo o relator, o acordo é importante para os interesses nacionais e também para o contribuinte consumidor de energia.
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Como economizar energia durante os dias mais frios
O frio chegou! Com a redução das temperaturas nesta época do ano, alguns cuidados são importantes para que o período não se torne sinônimo de aumento na conta de luz. Mas como economizar energia durante os dias mais frios? Elaboramos algumas dicas práticas pra você.
A atenção na hora de comprar eletrodomésticos, hábitos de uso eficiente dos equipamentos em casa e alternativas na geração e energia elétrica fazem diferença na quantidade de energia consumida e podem gerar economia financeira e benefícios para o meio ambiente.
“Diversos desses equipamentos permitem regulagens como, por exemplo, o chuveiro elétrico que permite mudar a temperatura da água. O problema é que, muitas vezes, esses cuidados e regulagens são esquecidos em outros tipos de equipamentos, como a geladeira.”, explica.
Como economizar energia durante os dias mais frios
Para Bauer, os maiores vilões durante os dias frios são o chuveiro elétrico e o aquecedor. “Apenas para se ter uma ideia, o uso do chuveiro por quatro pessoas em um dia, durante 15 minutos cada, consome tanto quanto 500 lâmpadas LED ligadas durante uma hora. Ao longo do mês, isso representa mais de R$ 100 na fatura”, afirma.
Assim como o chuveiro, o engenheiro recomenda que aquecedores e o ar-condicionado sejam utilizados por períodos curtos de tempo, evitando as potências máximas. “A temperatura ideal do ar-condicionado é entre 22 e 24 graus, o suficiente para aquecer o ambiente”. Ele complementa explicando que os aquecedores podem chegar a um terço dos gastos com eletricidade nessa época do ano.
Outro erro muito comum dos consumidores é nunca alterar a temperatura dos refrigeradores. Com o clima mais frio, o termostato não precisa ser mantido no máximo – mesmo com a geladeira cheia. “Também é preciso verificar se a borracha de vedação da porta está cumprindo sua função, e nunca utilizar a parte traseira do equipamento para secar roupas ou sapatos”, acrescenta Bauer.
Investir em geração de energia oferece redução imediata
Para além de boas práticas de consumo, quem busca previsibilidade na hora de pagar a conta de luz e uma redução imediata pode optar pela produção de energia fotovoltaica.
Essa opção blinda o usuário dos aumentos de preço da energia, das quais estão produzindo, além de oferecer uma economia de até 95% na conta.
“Os sistemas de geração de energia oferecem um impacto positivo na conta durante todo o ano. Mas nos períodos de grande consumo energético, como as temporadas de frio que estamos passando, tornam-se ainda mais atrativos, reduzindo até 95% no valor da conta de luz”. explica Fábio Luciano Chaves, Diretor Comercial da Ecoa Energias Renováveis de Joinville, Santa Catarina.
“Outro fator vantajoso da geração fotovoltaica é a produção mesmo em dias nublados. A geração de energia é feita através da radiação solar, presente mesmo em dias em que o sol esteja coberto por nuvens. Apesar da geração ser bem menor comparado com dias de sol no verão, por exemplo, o período mais frio traz uma outra vantagem: Evita o aquecimento das placas, obtendo assim com o resfriamento dessas uma boa performance”, reforça Fábio.
Assim, períodos frios, mas com sol são um cenário regular para geração de energia fotovoltaica, justamente o período do ano que estamos entrando.
Dicas que valem o ano todo
Adotar hábitos de consumo consciente são indicados para todas as estações do ano. Vale lembrar que coisas simples, como uma luz acesa por mais tempo do que deveria, podem fazer toda diferença na conta de luz. Confira mais algumas dicas:
Junte peças de roupa para utilizar a máquina de lavar em sua capacidade máxima;
Desligue as luzes após sair do cômodo;
Aproveite a luz natural para ajudar no aquecimento e na iluminação da casa;
Troque lâmpadas incandescentes por fluorescentes ou de LED, que duram mais, e consomem de 60% a 80% menos energia.
Simulador de placas fotovoltaicas
No site da Ecoa Energias Renováveis é possível acessar um simulador gratuito que mostra quantas placas solares são necessárias para atender o consumo de energia da sua residência, comércio ou indústria. É possível também acessar pelo banner abaixo:
Pelo site, também é possível entrar em contato com o time de especialistas da Ecoa para elaborar uma proposta personalizada, já que o atendimento é feito por engenheiros especialistas:
A Ecoa Energias Renováveis possui o objetivo de entregar aos seus clientes o melhor da geração de energia solar fotovoltaica, com soluções de ponta a ponta: desde a elaboração do projeto, trâmites com a concessionária, instalação do sistema e pós-venda para tirar todas as suas dúvidas.
Excelência no atendimento, seriedade na condução dos trabalhos e compromisso com o meio ambiente para que nossos clientes tenham acesso a uma energia mais sustentável.
O aumento contínuo das tarifas de energia elétrica, aliado à busca por fontes de energia limpa, impulsionou a procura pela geração de energia solar no Brasil.
Com o desenvolvimentismo crescente de novas tecnologias, a possibilidade de financiamento facilitado e redução de custos por conta da expansão do setor e do avanço tecnológico, investir em energia solar tornou-se uma decisão ainda mais certeira.
No Brasil, contamos com a importante vantagem do país possuir altos níveis de irradiação solar, o que proporciona maior aproveitamento do sistema de geração de energia fotovoltaica.
De acordo com dados do Atlas Brasileiro de Energia Solar, o Brasil recebe, durante todo o ano, mais de 3 mil horas de brilho do sol, correspondendo a uma incidência solar diária que varia entre 4.500 e 6.300 Wh/m².
Esses dados demonstram o gigantesco potencial que o país possui para gerar eletricidade a partir do sol e fazer um aproveitamento ainda mais certeiro dessa fonte de energia.
O Brasil e a Energia Solar
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em 2020 o Brasil adicionou 3,2 gigawatts em novos projetos de geração solar.
Com esse dado, o Brasil passou a fazer parte dos países com maior capacidade instalada de sistemas de energia fotovoltaica do mundo.
Conforme o levantamento feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) a partir de dados do International Energy Agency Photovoltaic Power Systems Programme (IEA PVPS), o Brasil já ocupa a 9ª colocação no ranking mundial.
A lista é liderada pela China, enquanto o segundo lugar é ocupado pelos Estados Unidos, seguido por Vietnã, Japão e Alemanha, respectivamente.
A Absolar estima que em 2020 foram implantados R$16 bilhões em investimentos locais. Já no acumulado dos últimos oito anos, o Brasil investiu um total de R$42,1 bilhões em energia solar e gerou 236 mil empregos, conforme dados do estudo.
Expectativas e projeções
A energia solar é um setor em crescimento, que dispõe de todas as ferramentas necessárias para se tornar uma das fontes de energia do futuro.
Um levantamento realizado pela Absolar indica que até 2050, será possível prever um retorno de R$139 bilhões na indústria e a criação de 1 milhão de empregos através das instalações fotovoltaicas.
Para os consumidores, residenciais e comerciais, isso pode resultar em uma economia de R$150 bilhões, além de contribuir para a redução de emissão de carbono (CO²) em 8,3 milhões de toneladas.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estima que até 2024 serão mais de 800 mil sistemas fotovoltaicos on-grid (conectados à rede) instalados por todo país.
Até 2050, estima-se que metade (50%) de toda energia global produzida será de origem solar e eólica. Atualmente, essas duas fontes de energia correspondem a apenas 7% da energia produzida do mundo.
Conclusão
As expectativas e projeções para o futuro da energia fotovoltaica no Brasil são positivas e demonstram que investir nesse sistema é, sem dúvidas, uma ótima decisão.
Com o crescimento contínuo do mercado, as instalações fotovoltaicas se tornaram mais acessíveis, além disso, aqui no Brasil dispomos de diversas formas de financiamento que tornam possível investir, sem medo, em uma energia consciente e limpa, como a solar.
Por isso, se você deseja investir na energia do futuro, economizar na conta de luz, além de auxiliar na preservação do meio ambiente, conte com a Ecoa, empresa pioneira em energia renovável na Região Norte de Santa Catarina.
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Locação de terra para instalação de Usina Solar Fotovoltaica
Rentabilizar seu imóvel rural e contribuir para um dos setores que mais cresce no país, conheça melhor as vantagens da locação de terra para instalação de usina solar fotovoltaica.
O que é?
Voltado para produtores rurais ou donos de terras que desejam diversificar seus rendimentos, a locação de terra é uma excelente opção para quem busca segurança de uma renda fixa.
Os terrenos mais indicados para essa aplicação possuem alguns requisitos importantes, tais como relevo favorável, pouca ou nenhuma intervenção de supressão vegetal da área e que estejam próximo à rede elétrica trifásica.
Normalmente terras com essas características são encontradas em áreas rurais. Áreas ociosas ou improdutivas podem se mostrar promissoras no que tange à investimentos nesse setor.
Porém, mesmo em terras produtivas, a instalação de uma usina solar pode ser atrativa, já que essa pode ser uma opção menos custosa para o dono da terra em comparação ao plantio, por exemplo.
Por quem é feito o arrendamento?
Os contratos de locação de imóveis rurais tratam de lotes de terra geralmente acima de 2ha (dois hectares) e são firmados entre o proprietário da terra e uma empresa especializada no desenvolvimento de usinas solares fotovoltaicas, como a Ecoa Energias Renováveis.
Como funciona?
Antes do contrato ser assinado, alguns processos acontecem. Assim, terreno e a empresa precisam seguir algumas exigências.
Condições
O terreno precisa cumprir com algumas condições, as principais delas são:
O local não pode ser alagadiço, pedregoso ou ter a presença de sombra;
O terreno ideal deve ser plano e com rede elétrica trifásica por perto;
Ter área mínima de 2 (dois) hectares (20.000m²), livres de construções, árvores ou riscos naturais;
Ter acesso à via pública.
O terreno está dentro das condições, e agora?
Validadas as questões técnicas, a próxima etapa se dá na assinatura de um contrato entre a empresa locatária e o proprietário da terra (locador), que deve comprovar a posse e regularidade da documentação da área. Com tudo conferido e dentro das condições, o contrato é assinado.
Vantagens para o dono do terreno (locador)
A locação de terra para instalação de Usina Solar Fotovoltaica, além de ajudar na preservação do meio ambiente com um empreendimento sustentável, o terreno alugado gerará frutos pelo aluguel da usina solar, com retorno financeiro garantido em contratos de 30 (trinta) anos.
Quais são as regras para o contrato?
Como todo contrato, esse também possui regras. Para aprovar a viabilidade do local é preciso apresentar alguns documentos, entre eles:
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR);
Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR);
Cadastro Ambiental Rural (CAR);
Matrícula atualizada do imóvel.
Quais as melhores regiões para arrendamento de terras?
Por ser gerada através da radiação solar, os melhores locais para alugar terrenos são os que possuem maior incidência de radiação solar.
Mas esse não é o único ponto a ser considerado. A segurança jurídica, incentivos fiscais e as tarifas de energia elétrica em cada região também devem ser analisadas.
No sul do Brasil, as melhores regiões estão à Oeste dos estados. Mas uma avaliação mais detalhada pode mostrar excelentes pontos de geração de energia nas demais regiões. Tudo depende da análise completa de cada terreno.
De acordo com o Atlas Brasileiro de Energia Solar, a área chamada de Cinturão Solar é a melhor para o investimento. Ela vai do Nordeste até o Pantanal, pegando também o norte de Minas Gerais, o sul da Bahia e o norte e nordeste de São Paulo. Mesmo com essa área sendo de maior incidência, o Brasil como um todo é considerado como ótimo potencial para energia solar. Para se comparar, áreas com menor incidência de radiação no país ainda geram mais energia do que em países como a Alemanha, uma das referências globais em uso da geração solar em sua matriz energética.
Mapa de radiação solar no Brasil
Locação de terreno para a Ecoa
Atualmente, todos os projetos que a Ecoa Energias possui parecer de acesso (PPA) são registrados já com o terreno averbado, assim como um banco de terrenos já necessário para projetos futuros. A empresa não está em busca de novos terrenos.
Começou no último domingo (06/11), no balneário de Sharm El Sheikh, no Egito, a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP-27). Temas como mercado de carbono, transição energética e medidas para mitigação dos efeitos da emergência climática serão discutidos e o Brasil tem papel fundamental na construção de respostas. O país sai à frente no tema da transição energética, segundo Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, a Confederação Nacional da Indústria.
“O mundo precisa alterar a forma como consome energia, com a passagem de uma matriz baseada em combustíveis fósseis para uma ancorada em fontes renováveis. Nesse processo, o Brasil sai na frente, pois já conta com uma elevada participação dessas fontes e vem ampliando o uso das energias eólica, solar e da bioenergia“, afirma.
Em entrevista exclusiva à Bússola (editoria da Revista Exame), Andrade falou ainda sobre como a indústria pode colaborar com os esforços de descarbonização, na redução da emissão de gases de efeito estufa e no fomento da economia circular.
Bússola: Um levantamento realizado pela CNI em junho mostra que 71% das indústrias adotam medidas sustentáveis como parte de sua estratégia corporativa. Mas ainda existem muitos desafios. Quais são os principais obstáculos, hoje, para a indústria na adoção dessas práticas e como a CNI pode colaborar para enfrentá-los?
Robson Braga de Andrade: O Brasil tem todas as condições para ser protagonista no processo de descarbonização da economia no mundo e consolidar uma posição de destaque na oferta de produtos da biodiversidade. A expressiva área coberta por florestas, a rica biodiversidade e a maior reserva de água doce do mundo são características naturais que favorecem nosso país na corrida pela economia verde. O país também se destaca pela matriz energética limpa.
Para aproveitar melhor essas vantagens, é preciso definir, com urgência, uma estratégia nacional sólida que contribua para o enfrentamento dos desafios climáticos e estimule os investimentos em pesquisa, inovação e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. Com uma ação governamental articulada com o setor privado, associada ao trabalho que vem sendo feito pela indústria, o país pode liderar a mobilização global pela economia de baixo carbono.
É essencial, ainda, acelerar o ritmo dos aprimoramentos regulatórios e estruturais para fortalecer a indústria nacional e, claro, atrair investidores. São vários desafios a serem enfrentados, como a redução do Custo Brasil e a melhoria da segurança jurídica, que são determinantes para que o investidor atue no país com foco nas agendas internacionais, como a produção de energia eólica offshore – em alto mar – e do hidrogênio verde.
Bússola: Nós estamos nos aproximando da COP 27, que começa na próxima semana no Egito. O senhor acha que o Brasil está preparado para enfrentar os desafios na direção de um mundo mais sustentável?
Robson Braga de Andrade: A CNI acompanha de perto as negociações para a COP27, e as ações do setor produtivo são decisivas para o êxito do combate ao aquecimento global. Não conseguiremos conter o avanço da temperatura na Terra sem que seja adotada uma economia de baixo carbono, incorporando tecnologias limpas e processos produtivos mais eficientes. A indústria brasileira tem feito a sua parte e implementado programas capazes de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.
O compromisso do Brasil é reduzir as emissões em 37% até 2025 e em 50% até 2030, partindo dos níveis de 2005. Para apoiar essa redução, a CNI propôs uma estratégia apoiada em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal.
Estamos mobilizando o setor industrial e fazendo articulações com o governo para viabilizar o cumprimento dessas metas.
Bússola: Na COP26, o mercado global de carbono ocupou um espaço muito importante. Na ocasião, o Brasil assumiu justamente essas metas ousadas que o senhor citou, como a redução de 50% na emissão de CO2 até 2030 e neutralidade até 2050. A indústria pode ter um papel muito importante nesse processo. A indústria brasileira está preparada para isso?
Robson Braga de Andrade: Na COP26, ocorrida em 2021, o Brasil oficializou novos e mais ambiciosos compromissos nessa agenda climática. A indústria entendeu o seu papel e está agindo para reduzir suas emissões, o que tem se tornado prioridade de vários setores, inclusive com muitas empresas brasileiras se comprometendo a zerar suas emissões até 2050. O setor industrial é parte relevante desse processo, sendo um agente catalisador das potencialidades brasileiras, capaz de dinamizar um ciclo virtuoso de geração de emprego e renda em direção a uma economia de baixo carbono.
Nesse contexto, a criação de um mercado global de carbono é um dos instrumentos que contribui para ajudar os países a reduzirem as emissões de gases de efeito estufa. Mas sabemos que o sucesso dessa iniciativa dependerá de como a comunidade internacional irá operacionalizar e construir os caminhos a partir do que foi aprovado em Glasgow e de como o Brasil organizará o seu arcabouço institucional para implementar esse mecanismo. Além dos arranjos institucionais, ainda existem diversos aspectos legais a serem considerados.
Bússola: Ainda falando do mercado de carbono, existe um enorme potencial para que o Brasil se torne um grande exportador de créditos de carbono. Isso tem uma relação direta com conservação e manejo das florestas. Como a indústria se posiciona sobre esse assunto?
Robson Braga de Andrade: A indústria brasileira tem um potencial enorme para ser protagonista no uso eficiente e sustentável de recursos naturais, visando à inserção na economia de baixo carbono e aumentando a participação nas cadeias globais de valor, com mais produtividade, eficiência e geração de emprego e renda.
Entendemos que é fundamental que o Brasil tenha uma estratégia de implementação para a NDC brasileira (Contribuição Nacionalmente Determinada), visando o cumprimento do Acordo de Paris. O mercado de carbono é um dos instrumentos que pode contribuir para a implementação das metas assumidas pelo país. Mas precisa ser parte de uma estratégia mais ampla para o combate às mudanças climáticas, que deve comtemplar o controle do desmatamento ilegal, a expansão de energias renováveis e o fortalecimento da política nacional de biocombustíveis.
Em âmbito doméstico, entendemos que o mercado regulado é a melhor opção de precificação do carbono. As regras devem estimular a inovação, a segurança jurídica e a competitividade das empresas, sem aumentar a carga tributária e afetar a competitividade das nossas empresas. Defendemos a adoção do sistema cap and trade, em que empresas com volume de emissões inferior ao autorizado podem vender o excedente para as que lançam uma quantidade maior de gases de efeito estufa na atmosfera, o que estimulará investimentos em tecnologias verdes.
Bússola: A colaboração da indústria também será muito importante na transição energética. O que já foi feito e quais são as perspectivas para o futuro?
Robson Braga de Andrade: O mundo precisa alterar a forma como consome energia, com a passagem de uma matriz baseada em combustíveis fósseis para uma ancorada em fontes renováveis. Nesse processo, o Brasil sai na frente, pois já conta com uma elevada participação dessas fontes e vem ampliando o uso das energias eólica, solar e da bioenergia. E para que nosso país avance cada vez mais em relação às metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, além de continuar expandindo o uso de fontes renováveis e de biocombustíveis, é necessário promover a inovação e o desenvolvimento de novas fontes de baixo carbono, como o hidrogênio verde e a energia eólica offshore.
As indústrias brasileiras têm investido em projetos de eficiência energética, com tecnologias de ponta, mudanças na gestão dos insumos, ajustes na produção e tratamento de resíduos. De 2006 a 2016, a indústria química brasileira, por exemplo, cortou em 44% as emissões nos seus processos industriais.
Uma das iniciativas que têm contribuído para um uso mais racional dos recursos é o Programa Aliança, criado por meio de uma parceria entre a CNI, a Eletrobras, via Procel, e a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). Na primeira etapa do programa, implementada entre 2017 e 2020, foram atendidas 12 plantas industriais de setores como siderúrgico, químico, cimento e automobilístico. Em termos energéticos, foi evitado o equivalente ao consumo de energia de uma cidade de 60 mil habitantes durante um ano. Para a segunda fase, que já está em andamento, estão sendo destinados R$ 20 milhões para o desenvolvimento de projetos de eficiência energética em 24 indústrias.
Bússola: Hoje no Brasil, apenas 4% dos resíduos sólidos são recicláveis. Isso coloca o país em uma posição frágil em relação ao avanço da economia circular, que poderia gerar até US$ 4,5 trilhões em produção econômica até 2030, segundo estudos. Como a indústria pode colaborar para acelerar isso?
Robson Braga de Andrade: É importante ressaltar que a proposta de uma economia circular engloba todos os elos das cadeias de valor, sendo a reciclagem um desses elos. O Brasil tem pontos que possuem um potencial enorme de melhoria, como a recuperação de valor dos resíduos sólidos urbanos e o investimento em saneamento básico. Ao mesmo tempo, possui pontos fortes consideráveis, como a matriz energética com grande participação de fontes renováveis, maior biodiversidade do mundo e grande disponibilidade de recursos naturais e hídricos. Além disso, temos um setor industrial diversificado, com grande potencial de crescimento, e um significativo mercado consumidor em crescimento.
A economia circular promove a gestão estratégica dos recursos, desde a extração, uso e recuperação de valor destes recursos. Neste sentido, entendemos que a economia circular é um dos principais caminhos para que o Brasil promova a ampliação do setor industrial de forma sustentável, aproveitando a oportunidade para desenvolver novos mercados e elevar os índices de produtividade nacional, fomentando a pesquisa e a inovação tecnológica.
Os princípios da economia circular fazem parte do DNA do setor industrial. Agregar valor aos recursos naturais e entregá-los à sociedade é um dos seus principais propósitos. Tanto que, em 2019, a CNI realizou uma pesquisa nacional para verificar como o tema vem sendo tratado pelo setor e identificou que 76,5% dos entrevistados já adotam alguma prática de economia circular. Entre as principais, estão a otimização de processos (56,5%), o uso de insumos circulares (37,1%) e a recuperação de recursos (24,1%).
No entanto, apesar de a indústria já ter incorporado algumas práticas de economia circular em seus processos, temos ainda um longo caminho pela frente para ampliar de forma efetiva o fluxo circular dos recursos ao longo das cadeias de valor. Para orientar o país na concretização desse desafio, pavimentando o caminho de transição para a economia circular, é prioritária a criação de um norte regulatório, que oriente os estados e municípios e engaje os setores público, privado e a sociedade na promoção da circularidade nas organizações e territórios. Ou seja, a instituição de uma política pública nacional que estimule a gestão estratégica dos recursos naturais, promova a inovação e a competitividade do setor privado, incentive a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico e que fomente a conscientização da sociedade, promovendo o envolvimento e colaboração entre estes diversos atores.